segunda-feira, 17 de outubro de 2011



  IGUALDADE DE GÊNERO NA ESCOLA
Na sociedade evolutiva atual, é perceptível a assimetria nas relações entre homens e mulheres. Tais diferenças refletem no interior da escola. Nos últimos anos, o número de meninas frequentando a escola cresceu a ponto de representarem hoje a maioria dos (das) estudantes brasileiros nas séries finais de todo o sistema educacional brasileiro, 57%. Além disso, a permanência na escola é maior também entre as meninas, 6 anos em média, enquanto os meninos estudam em média por 5,6 anos. (Brasil/MEC, 2005). Os dados estatísticos comprovam a existência de desigualdade expressiva de permanência entre meninos e meninas no ceio da comunidade escolar.
A grande assimetria referida evoca que, é na sociedade que as características sexuais femininas e masculinas são construídas e representadas, portanto, ao chegarem à escola, meninas e meninos já percorreram um caminho social de convivência e incorporação dos valores de sua cultura. Sabem a que gênero pertencem e, na maioria das vezes, o que se espera deles nos papéis feminino e masculino. Em muitos casos, estão impregnados das velhas concepções preconceituosas sobre o homem e a mulher, construídas com base nas diferenças de sexo. Todavia, a escola perpetua no trajeto educacional os preconceitos e privilégios de um sexo sobre o outro colaborando para a construção da identidade sexual das meninas e dos meninos.
Moreno Marimón (2003) defende que a escola pode ensinar a pensar, a questionar, e com isso apontar para novas formas de interpretar o mundo e de organizá-lo. Assim na visão da autora, através da desvelação de atitudes sexistas presentes a princípio na própria escola, que a mesma pode tomar para si a tarefa de resistir e promover a transformação dessas concepções e comportamentos sociais permitindo a percepção e construção de novas maneiras de estabelecer a relação entre mulheres e homens, caso contrário se  ela estagnar-se é propício cair no tradicionalismo frente as relações entre os sexos.
A escola contribui na propagação de pensamento e atitudes sexistas, historicamente construídos por exemplo, quando eleva o androcentrismo que considera “o ser humano do sexo masculino como o centro do universo, como a medida de todas as coisas, como o único observador válido de tudo o que ocorre no nosso mundo, como o único capaz de ditar leis, de impor a justiça, de governar o mundo”, impedindo assim que a relação social homem-mulher se transforme de maneira significativa.
O caminho promissor para trazer para o interior da escola as reflexões e discussões sobre os papéis que a sociedade atribui a cada sexo para que discentes e docentes descubram as limitações a que estaremos sujeitos se nos submetermos aos estereótipos de gênero. É preciso intervir, explicitar, reconhecer as diferenças que mantêm a mulher num patamar social inferior ao masculino. É preciso que meninas e meninos percebam que sua conduta não tem nada a ver com capacidades inatas, nem naturais, mas foram construídas socialmente e reproduzem os modelos de conduta existentes.
Portanto, são nas escolas, lugar de formação e imposição de princípios sexistas que encontraremos um imenso campo de ação possível para promover reflexões, mudanças que possam romper com os paradigmas tradicionais de comportamento masculino e feminino. Um forte caminho é o todos da escola reflitam desconstruindo preconceitos de gênero contribuindo para a construção de novos modelos de relação debate, diálogo, pois assim a escola conduzirá que entre homens e mulheres no intuito de gerar a equidade.


 


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