segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A MULHER DO CAMPO E OS REFLEXOS DE SUA ATIVIDADE

Desde os primórdios da civilização a mulher tem dado sua contribuição na execução das atividades rurais, não figurando como mera dona de casa. Ao longo dos estudos da história, voltando lá no ensino médio, pudemos perceber seu importante papel rural ao lado de seus companheiros, grande exemplo foi a atividade exercida durante o feudalismo na condição de servos camponeses.
 A atividade agrícola não tinha valor comercial com uma agricultura de subsistência baseado no trabalho servil, os servos não se importava em colher muito, pois tudo aquilo que ultrapassava o básico para a manutenção, pois o que excedia era expropriado pelo senhor feudal. ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo)
No Brasil o período escravocrata surge como exemplo da participação da mulher no trabalho rural, porém, sendo uma atividade forçada, onde as negras não eram sujeitos e sim objetos de propriedade dos senhores de Engenho.
Muitos anos depois, as mulheres foram se organizando para que seus gritos ecoassem com o fim de dizer ao Brasil e ao mundo que chega de discriminação. Com muita luta, foram organizando os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, inicialmente, queira ou não, com a continuidade de discriminação, pois mais tarde percebe-se que a falta de algo na nomenclatura e acrescentou as trabalhadoras rurais, passando então a ser Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, além de valorizar a mulher, cumpre-se a legislação.
Sabe-se que essas várias lutas foram recepcionadas pela Constituição Federal de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, para frisar no primeiro inciso que trata dos direitos individuais e coletivos, deixando clara a igualdade entre homens e mulheres
Alexandre de Morais, ao comentar a Constituição Federal de 1988, Editora Atlas, 2003,pag.192, assim nos agracia:
“A correta interpretação desse dispositivo torna inaceitável a utilização do discriminen sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o proposito de desnivelar materialmente o homem da mulher, aceitando-o porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis. Consequentemente, além dos tratamentos diferenciados entre homens e mulheres previstos na Constituição( art.7º, XVIII e XIX. 143, §§1º e 2º. 202,I e III), poderá a legislação infraconstitucional pretender atenuar os desníveis de tratamento em razão do sexo. Nunca, porém, beneficiando um deles”
“Me faz lembrar dos tantos plantios de feijão que fizemos quando criança com meu saudoso pai e minha mãe sempre presente ali, após o almoço, ajudando no plantio e meu velho sempre a orientar, _ põe só três sementes na cova menino!!!...Só saudades de um tempo que não volta mais...”
É de enaltecer em todo o tempo o trabalho da mulher do campo, destacamos a sua dupla jornada, além de contribuir para a economia do lar, são inúmeros os reflexos na economia nacional, basta apenas aplicarmos a lógica, um casal tende a produzir quatro sacas de café por dia, se for excluído o trabalho da mulher, não resta dúvida que a produção vai diminuir.
Há quem diga que foi um grande beneficio e um grande avanço a  Lei 8.213/91 e o Decreto 3.048/99 que regulamentou dispositivo constitucional, concessão de aposentadoria da trabalhadora rural aos 55 anos de idade, mas minha opinião é que deveria cair mais 5 anos em função da dupla jornada, a trabalhara rural não é apenas trabalhadora rural.
A cada dia que se passa, a mulher tende a ocupar espaços, talvez até não imaginados pelo homem, mas sempre admiradas pela capacidade de quem um dia foi cantado em prosa e verso como sexo frágil pelo cantor e compositor Erasmo Carlos, sei que, embora não sendo trabalhadora rural, faço parte de uma delas, ironia ou não, são quatro homens dependentes e carentes da força de uma mulher.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Gênero na escola

Todo mundo que convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes prevenções. Debocham um dos outros, criam apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas “imperfeições” – e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais freqüentes que o desejado. Esse comportamento não é novo mais a maneira como pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando.
Nos últimos anos, verifica-se o aumento de ações e debates em torno de políticas educacionais direcionadas à superação das desigualdades étnico-raciais e de enfrentamento do preconceito em relação à população negra. Se por um lado, podemos listar recentes avanços de caráter formal, como a Lei n. 10.639, que obriga o ensino da cultura/história da África nas escolas, e as políticas de ações afirmativas nas universidades; por outro, evidencia-se a necessidade de irmos além nas pesquisas e nas vivências em sala de aula para conseguirmos sair das armadilhas do nosso dissimulado racismo e repensar as formas cotidianas de representação, a sobreposição de componentes identitários como gênero e classe social, e os conseqüentes processos de diferenciação dos(as) estudantes negros(as).

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A construção da igualdade de gênero para uma sociedade igualitária

Um assunto que deveria ser trabalhado sempre em sala de aula, para a conscientização dos alunos quanto a essa desigualdade, e, quem sabe transformar essa realidade cruel que exclui as mulheres de uma melhor qualidade de vida. Entretanto, muita gente se esquece que homens e mulheres atuam e decidem de formas diferentes, deixando a ética de lado. O homem sempre menospreza o potencial da mulher, mostrando que não estão preparados para a ascensão da mulher no poder.

A desigualdade entre homens e mulheres, tão comum no mercado de trabalho, revela-se maior quando o assunto é a representação política. Nesta área, aliás, as diferenças são muito mais significativas. Nem mesmo a inclusão na lei eleitoral brasileira de uma cota mínima de mulheres candidatas aos cargos eletivos foi suficiente para provocar algum avanço.

Se analisarmos bem, veremos que a participação feminina na política evolui mais devagar do que previam as lideranças, primeiro porque há muita dificuldade em superar barreiras impostas pela formação educacional e pela cultura brasileira, e segundo porque não preparam as mulheres para a disputa política nem para o poder.

Podemos analisar também que a mulher com um nível educacional mais alto, geralmente tem mais capacidade de melhorar sua qualidade de vida e a de sua família. Por isso, o efeito da educação na vida mulher é fundamental para a tomada de decisões sobre assuntos como: a fertilidade, maior participação na vida pública, relações de independência financeira, autonomia nas decisões pessoais, a não sujeição à violência domiciliar e outros.

Outro assunto polêmico é o homossexualismo, muitas discussões surgem sobre o assunto, porque é uma realidade da nossa sociedade, mostrada na TV e revistas como um comportamento normal, mas sabemos que não é aceitável unanimente, hoje causa polêmica entre brasileiros católicos, protestantes e conservadores alegando que legitimaria uma união imprópria, que ameaça a manutenção da família, grupos organizados de gays; alguns parlamentares simpatizantes com a causa defendem os direitos civis de gays e lésbicas.

As causas da homossexualidade são muito complicadas, acredita-se que tanto a homossexualidade quanto a heterossexualidade não são opções. As pessoas formam sua sexualidade por volta da pré-puberdade, até então ele não sabe o que é homossexualismo.

Entretanto, se esse indivíduo sentir atração por uma pessoa do mesmo sexo, estará sujeito a sofrer críticas e preconceitos até mesmo da própria família. Contudo, sabemos que ainda existe um longo caminho a percorrer para eliminar a homossexualidade da lista das palavras proibidas, mas, o surgimento de grupos organizados de homossexuais no Brasil e no mundo luta em busca de direitos iguais, contra as expressões de homofobia e a favor de uma organização para defender seus plenos direitos de cidadania.

Um trabalho de orientação sexual feito com seriedade dará nossos jovens uma maior compreensão do respeito mútuo. Com relação à aceitação ou não da homossexualidade pode-se trabalhar sobre a ascensão de outros países nesse sentido, sobre as leis que vigoram no nosso país e os projetos de leis que estão em andamento, no sentido de fazê-los entender que o ser humano vive em busca da felicidade e que cada um tem sua maneira de ser feliz.

Todos nós sabemos que, essa diferença tem privilegiado os homens, na medida em que a sociedade não tem oferecido as mesmas oportunidades de inserção social e exercício de cidadania a homens e mulheres. Mesmo com a grande transformação dos costumes e valores que vêm ocorrendo nas últimas décadas, ainda persistem muitas discriminações relacionadas ao gênero. Mas sabemos também que, com um trabalho feito com seriedade desde a mais tenra infância poderá trazer contribuições significativas para mudarmos esta discriminação.

Portanto na escola trata-se de relações de gênero com diferentes faixas etárias, por isso é uma tarefa delicada que merece certo cuidado. Em qualquer situação escolar pode ser ensinada a relação de gênero e o professor precisa estar atento para intervir no modo de agir dos alunos para que não haja discriminações e críticas no modo de ser de cada indivíduo.

Prefeitura quer elevar número de alunos no Saúde na Escola


Se tivessem vontade política, em desenvolver Políticas Públicas  na área da saúde, voltadas para atender crianças e jovens nas escolas, as mães teriam mais tempo em se dedicarem a sua inserção no mercado de trabalho.

Prefeitura quer elevar número de alunos no Saúde na Escola

A Prefeitura de Manaus realiza, nesta sexta-feira (8), a abertura das atividades do Programa Saúde na Escola (PSE) para o ano de 2011. Executado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com as Secretarias Estadual e Municipal de Educação (Seduc e Semed), o programa fechou o ano de 2010 com 49 equipes de saúde e 37 escolas participantes, alcançando um universo de, aproximadamente, 23 mil alunos. O secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, antecipou que a meta do programa, para este ano, é chegar ao número de 105 equipes de saúde e 80 escolas, elevando para 60 mil o quantitativo de estudantes atendidos pelas atividades do PSE.

Criado em 2007 pelos Ministérios da Saúde e da Educação, e implantado em 2009 pela Prefeitura de Manaus, a proposta do PSE é oferecer prevenção, promoção e atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino básico público. Uma das estratégias para o alcance desses objetivos é promover a articulação entre as escolas públicas e os estabelecimentos de saúde, principalmente, da Estratégia Saúde da Família.

No ano passado, o PSE conseguiu ampliar significativamente sua abrangência, explica o secretário Francisco Deodato. Em 2009, ano da implantação do programa, eram 15 equipes de saúde executando as ações, num total de 15 escolas públicas e, aproximadamente, 9,1 mil estudantes atendidos. “Em 2010 conseguimos chegar a 49 equipes, 37 escolas e 23 mil alunos”, observa o secretário.

O programa tem dois eixos fundamentais: o da assistência, que consiste em levar atendimento ao estudante no ambiente escolar e o da promoção da saúde, com atividades de orientação e informação. Os temas tratados como prioridade nessas ações são a prevenção ao uso de drogas e às DSTs/Aids, Saúde Bucal, prevenção à violência e cultura da paz, além de  alimentação saudável/atividades físicas.

“No eixo da promoção da saúde estamos muito fortes e nosso desafio é ampliar a assistência aos escolares, o que exige cada vez mais a articulação das unidades de saúde com a escola”, avalia Deodato. Entre as ações relacionadas à assistência, o secretário antecipa que a meta para este ano é garantir que 100% dos alunos participantes do programa estejam com seus cartões de vacinação atualizados. Outra medida é dotar as 37 escolas que já estão integradas ao PSE de um “escovódromo”, espaço destinado às atividades de educação em Saúde Bucal.

Programação – Na abertura das atividades do PSE para 2011, serão anunciadas algumas atividades importantes na área de educação em saúde, que têm a finalidade de informar os estudantes e assegurar que eles sejam multiplicadores das orientações sobre a prevenção de doenças importantes, como aquelas causadas pelo tabagismo, e de práticas saudáveis como a amamentação de recém-nascidos. 

Também será lançado o projeto do Jornal do PSE, que terá como público-alvo a comunidade escolar e os profissionais de saúde. Seu conteúdo será produzido pelos próprios estudantes, apoiados pelos profissionais da saúde e da educação.

Além de noticiar as atividades realizadas pelos alunos com o apoio do programa, o jornal também tratará de assuntos referentes à saúde. “Esse projeto estimula o protagonismo juvenil. Nossa previsão é que a primeira edição do jornal seja publicada em julho”, explica a psicóloga Amândia Lima, da Equipe Técnica de Saúde da Criança e do Adolescente, da Semsa.  Como incentivo para a elaboração do Jornal do PSE, as escolas receberão uma máquina fotográfica digital para o registro das atividades

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

GÊNERO NA ESCOLA

 Na comunidade escolar, um dos principais desafios frente aos avanços da sociedade nas últimas décadas é privar para a transmissão de uma cultura cujos protótipos de comportamento, as regras sociais, os valores éticos e morais, os costumes estejam pautados numa formação de cidadãos que respeitem a diversidade, bem como os comportamentos relacionados a gênero.
É essencial a reflexão de gênero no ceio da escola, pois nela está inserida várias pessoas que a partir do momento que respeitarem as diversidades, as diferenças será possível construir uma sociedade sem preconceitos e discriminações e principalmente poder construir uma educação democrática que possibilite a todos os seus integrantes, igualdade de condições e de oportunidades principalmente às mulheres que vem sofrendo violências, exclusões na esfera familiar, trabalhista, pessoal etc.

É visível como a escola ainda reproduz diferenças de gênero e valida padrões de comportamentos distintos para meninos e meninas criando também expectativas desiguais para os jovens dos diferentes sexos e perpetua tradicionalmente o sexismo que trespassa toda a sociedade, reproduzindo, com frequência, as estruturas sociais e reforçando os preconceitos e privilégios de um sexo sobre o outro.

Porém, a escola pode ensinar a pensar, a questionar, e com isso apontar para novas formas de interpretar o mundo e de organizá-lo, ou seja, a escola pode tomar para si a tarefa de  promover a transformação dessas concepções e comportamentos sociais. Pois, se a mesma se acomodar e não revelar as desigualdades de gênero, ela perpetuará os modelos tradicionais de educação que vê a mulher como indefesa,  e os homens incumbidos aos papeis de tomadas de decisões e não avançará em busca da equidade entre gêneros.

Portanto, próspero é o caminho, a escola precisa intervir, explicitar, reconhecer as diferenças que mantêm a mulher num patamar social inferior ao masculino. A escola se apresenta como um terreno fértil para as manifestações de relações de gênero e para a construção de papéis estereotipados sobre o que é ser homem e o que é ser mulher na sociedade atual e assim desconstruirá  preconceitos de gênero e contribuirá para a construção de novos modelos de relação entre homens e mulheres embasados em princípios de igualdade e justiça.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fazer faculdade no Brasil pode aumentar salário em mais de 150%, diz OCDE

Investir em uma formação de ensino superior resulta em ganhos futuros. A conclusão faz parte de relatório divulgado hoje (13) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o documento, no Brasil, ter curso superior resulta em um aumento de 156% nos rendimentos. É o mais alto índice entre todos os 30 países pesquisados.

O estudo aponta que, nos países analisados, em média, um indivíduo que concluiu a educação superior recebe pelo menos 50% a mais do que uma pessoa com ensino médio concluído.

De acordo com a OCDE, no Brasil, 68,2% dos indivíduos que completaram a universidade ou um programa avançado de pesquisa ganham duas vezes mais que a média de um trabalhador. O estudo aponta, ainda, que 30,1% dos brasileiros entre 15 e 19 anos não estão estudando e que, desses, 16,1% estão empregados, 4,3% estão desempregados e 9,7% não estão na força de trabalho.

A população brasileira de 15 a 29 anos e com mais estudo é a que tem menor probabilidade de estar desempregada. Entre a população dessa faixa etária que está fora do sistema educacional, 6,2% dos graduados da educação superior estão desempregados. Na mesma situação, estão 10,2% dos jovens que concluíram o ensino médio e 5,58% dos que não concluíram esse nível de ensino.

A falta de qualificação de nível médio é, de acordo com o estudo, “um sério impedimento para encontrar emprego”. Jovens que não concluem o ensino médio e que não estão estudando estão 21 pontos percentuais menos propensos a encontrar um emprego.

A OCDE avalia que há um “alto nível de vulnerabilidade” na educação brasileira, principalmente entre os estudantes com 15 anos de idade. Cerca de 50% deles apresenta baixa pontuação em leitura. Entre os países que participaram do estudo, a média é 19%.
 
Além disso, o risco de obter essa pontuação baixa é uma vez e meia maior para estudantes com desvantagem de origem socioeconômica; 1,3 para os meninos em relação às meninas; e 1,3 para estudantes cujos pais têm baixo nível de escolaridade.

O relatório aponta também que, entre 2000 e 2008, o Brasil foi o país que mais aumentou os gastos por aluno da educação primária até o segundo ciclo da educação secundária (ensino médio), equivalente a uma elevação de 121%.

“O mundo reconhece que o Brasil fez, na última década, o maior esforço de investimento na educação básica entre todos os países avaliados [pela OCDE]”, comemorou o ministro da Educação, Fernando Haddad, após participar da abertura de um congresso internacional sobre educação, ocasião em que comentou o relatório.

No entanto, a OCDE disse também que o total do produto nacional investido pelo Brasil em educação continua abaixo da meta da organização. No Brasil, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) destinado à educação cresceu 1,8 ponto percentual, passando de 3,5%, em 2000, para 5,3%, em 2008. A média da OCDE ficou em 5,9% em 2008. Para Haddad, se o país mantiver “o passo dos investimentos”, conseguirá alcançar o percentual dos países ricos.

Alunos indisciplinados, mas sem apoio da família

Vou usar um exemplo muito elucidativo de um bebê que se recuse a dormir no berço e acaba atrapalhando muito a sua vida, a dos seus pais e dos outros que estiverem ao redor. Um bebê com dias de nascido mamou? Arrotou? Tem que dormir. Se a mãe, ou substituta, deixa-o no colo até adormecer, ele aprende que lugar de dormir é no colo. Quando a mãe põe o bebê na caminha, berço, onde for ele chora. Então a mãe pega de volta no colo até dormir. O que o bebê aprendeu? Que lugar de dormir é no colo e berço não é lugar para ficar. Para o bebê é mais gostoso ficar no colo do que no berço. Ele quer o mais gostoso, pois assim aprendeu, e não o mais adequado que é dormir. Quando o bebê dorme no berço seu sono é mais tranqüilo, sem movimentações nem sacolejos, portanto mais fisiológico, que é o que ele precisa. Acorda melhor, pois ele desperta antes. No colo ele é acordado sem se despertar, portanto o sono é interrompido.
O bebê e a mãe terão que ser re-educados para que todos possam viver melhores. O bebê não é indisciplinado. Ele aprendeu a dormir no colo. Os pais é que são indisciplinados de ensinarem a dormir no colo e depois quererem que ele durma sozinho. Se ele fosse para a escola ainda bebê, teria que ter um colo para dormir, pois não saberia dormir sozinho. Uma criança depender dos outros para dormir, quando o sono fisiológico é espontâneo, vem sozinho, basta ficar quietinho? Ele passa o dia todo irritado, querendo dormir e não conseguindo. Na escola não há vovós, babás, ou outros “coleiros” para a hora que o beber estiver com sono.
Pais que não exigem respeito dos seus filhos ensinam a eles que autoridades não precisam ser respeitadas e muito menos os professores que lhes são chatos diretos. Chatos porque não os deixam fazer o que quiserem e na hora que tiverem vontade.
Pais que não ensinam aos filhos os sentimentos de gratidão, de pedir permissão, de pedir favor não aprendem a necessária cordialidade que magicamente movimentam as pessoas: “com licença”, ,”por favor,” e “obrigado”.
Pais que não cobram dos filhos as suas obrigações caseiras não vêem motivo para ter que estudar mesmo que seja por obrigação.
Com estas três atitudes, os pais financiam a ignorância e não o aprendizado, além de se tornarem indisciplinados e arrogantes. Por que iria eles respeitar os professores? Estes são os primeiros a terem que ensinar o que os pais não ensinaram, inclusive como se comportar na escola. A escola não pode nem deve se submeter às indisciplinas dos seus alunos, pois ela é a segunda oportunidade para educar estes alunos.
É quase natural que os alunos se rebelem contra a escola, como rebelariam contra qualquer outra regra ou norma que tivessem que cumprir seja onde for: no trabalho, no clube, no casamento, na grande família, com os próprios filhos etc.
O que a escola poderia fazer é formar uma parceria com os pais, através de uma convocação para que estes fossem orientados a cobrarem resultados dos seus filhos em vez de ficarem mimando e querendo adaptar as escolas às inadequações dos seus filhos.    
Assim como os pais ensinam o recém-nascido que o berço não é lugar para se ficar e dormir tem que ser no colo deles, são os pais que ensinam que escola não é lugar para os filhos aprenderem e que os professores não merecem ser respeitados nem obedecidos. Dificilmente um aluno vai se tornar disciplinado somente pelo esforço dos professores e, pior ainda, se os pais reforçam a indisciplina em casa.
(Içame Tiba)
 Será que Içame Tiba está certo com essa fala dele, com uma sociedade que temos hoje?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"Não é possível desenvolver a personalidade integral do aluno onde há segregação"

Com uma mensalidade de até R$ 2.140 mil e recusando a matrícula de meninas, o Colégio São Bento, na capital fluminense, ficou pela quarta vez na primeira colocação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é aplicada pelo Ministério da Educação e avalia o desempenho de estudantes da rede pública e privada em todo o país.
Administrado por monges beneditinos, o colégio ficou cerca de 300 pontos à frente do último colocado no estado - uma escola pública. A Supervisão Pedagógica atribui o bom resultado ao ambiente de ensino "com excelente professores" e à dedicação dos alunos, que têm aulas entre às 7h30 e às 16h30, durante a semana e, aos sábados pela manhã, longe de meninas.
No entanto, a receita de sucesso do São Bento, que só aceitou professoras na escola a partir da década de 1960, gera polêmica. Para a professora da Universidade de São Paulo (USP), Cláudia Vianna, especialista em gênero e educação, "não é possível desenvolver a personalidade integral do aluno onde há segregação". Para ela, o método do São Bento remete ao século XIX.
"É muito complicado dizer que a segregação garante qualidade. Vivemos num mundo misto que, aliás, mostra que as meninas têm mais sucesso que os meninos. Que desenvolvimento é esse que só dá certo quando eu separo? Qual a mensagem que você passa? Como se propõe a prepará-los para o mundo que é misto? Que principio é esse que não trabalha com o heterogêneo?", questionou.
ENEM 2010: ESCOLAS EM DESTAQUE
A supervisora do São Bento, a professora Maria Eliza Penna Firme Pedrosa disse que aceitar meninas significaria alterar a identidade do colégio e isso não está nos planos. "Os alunos e os pais estão satisfeitos. Os meninos acham o ambiente confortável e não identificamos prejuízo nenhum, já que os rapazes podem conviver com as meninas na sociedade".
Os alunos também não reclamam da jornada de estudos, da proibição do uso de adornos como piercings e acreditam que à dedicação os levará para as universidade públicas, como é o caso do estudante de odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Maroun. Para ele, o São Bento ofereceu uma boa educação, com forte preocupação no caráter do aluno.
"Claro que as mulheres distraem um pouco os homens", declarou. "Se você tem uma namorada no colégio, fica com ela no recreio, vai para aula pensando nela, normal para o ser humano. Mas o colégio não tendo isso, ele [o aluno] fica mais focado. Isso é positivo porque você pode ter contato com as garotas fora do colégio, no clube ou na faculdade".
O Colégio São Bento funciona há mais de 150 anos e já teve entre seus alunos os compositores Heitor Villa-Lobos, Pinxinguinha e Noel Rosa, o teatrólogo João Procópio Ferreira, o jornalista Paulo Francis, e o escritor e humorista Jô Soares.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Mulheres conquistão a sua independência

Dependência financeira não justifica mais a permanência de mulheres violentadas com maridos agressores, aponta nova pesquisa da Lei Maria da Penha (05/08/2011).

Segundo os dados, que registram os últimos cinco anos de aplicação da Lei, 59% das mulheres atendidas declararam não depender financeiramente do agressor.
A recente divulgação de novos dados da Lei Maria da Penha deve mudar a opinião de quem acredita que o fator econômico é o principal motivo da permanência de mulheres violentadas com o cônjuge agressor. A pesquisa, que também mostra que em mais de 70% dos casos o agressor é também cônjuge, revela que 59% das mulheres atendidas pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) não dependem financeiramente do agressor.
Para Karina Moura, integrante do coletivo de mulheres Aqualtune e do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, isso prova que a antiga justificativa da permanência já não pode ser usada mais. “Esses números mostram que a mulher passa também por uma dependência emocional muito grande, principalmente por conta do papel que é colocado para ela na sociedade, o que faz com que ela aceite a violência”, afirma. Além disso, Moura enfatiza que dessa forma o rompimento é maior, já que a dependência afetiva é mais complicada de se quebrar.
Os números divulgados revelam, também, o recorte de cor/raça das agressões. Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres, 46% das mulheres que entraram em contato com a Central são pardas. Além disso, a pesquisa mostra que quase 90% das denúncias são feitas pela própria vítima e que em 65% das agressões o filho presencia a violência, sendo agredido junto com a mãe em 20% dos casos.