sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Mulheres conquistão a sua independência

Dependência financeira não justifica mais a permanência de mulheres violentadas com maridos agressores, aponta nova pesquisa da Lei Maria da Penha (05/08/2011).

Segundo os dados, que registram os últimos cinco anos de aplicação da Lei, 59% das mulheres atendidas declararam não depender financeiramente do agressor.
A recente divulgação de novos dados da Lei Maria da Penha deve mudar a opinião de quem acredita que o fator econômico é o principal motivo da permanência de mulheres violentadas com o cônjuge agressor. A pesquisa, que também mostra que em mais de 70% dos casos o agressor é também cônjuge, revela que 59% das mulheres atendidas pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) não dependem financeiramente do agressor.
Para Karina Moura, integrante do coletivo de mulheres Aqualtune e do Fórum de Mulheres do Espírito Santo, isso prova que a antiga justificativa da permanência já não pode ser usada mais. “Esses números mostram que a mulher passa também por uma dependência emocional muito grande, principalmente por conta do papel que é colocado para ela na sociedade, o que faz com que ela aceite a violência”, afirma. Além disso, Moura enfatiza que dessa forma o rompimento é maior, já que a dependência afetiva é mais complicada de se quebrar.
Os números divulgados revelam, também, o recorte de cor/raça das agressões. Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres, 46% das mulheres que entraram em contato com a Central são pardas. Além disso, a pesquisa mostra que quase 90% das denúncias são feitas pela própria vítima e que em 65% das agressões o filho presencia a violência, sendo agredido junto com a mãe em 20% dos casos.

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